Entre a Luxúria e o Pudor - História do Sexo no Brasil
Entre a Luxúria e o Pudor - História do Sexo no Brasil (Octavo, 2011 - 443 págs.) é o título do livro de Paulo Sérgio do Carmo sobre a vida íntima e sexual dos brasileiros. São tratados no livro os assuntos mais corriqueiros entre homens e mulheres ou entre si, já que também se fala da homossexualidade.
Ao estudar sobre história do Brasil, os imigrantes, o trabalho escravo... Chamou a atenção do autor o ambiente de luxúria no contato entre os portugueses e índios. Da mesma forma, os Bandeirantes e imigrantes "utilizavam-se das índias pelo caminho, ao se embrearem no mato afora".
Como seria a vida sexual dos escravos? De acordo com o autor, o número de homens escravos era muito maior que o de escravas. Como seria a vida sexual destas escravas, então, sendo pouca a oferta e grande a procura? E entre os homens, pois também teriam que criar alternativas para satisfazer seus desejos e impulsos sexuais?
Por outro lado, Paulo Sérgio aborda a homossexualidade em Fernando de Noronha, lugar utilizado no séc. 18 como lixão humano, ou melhor, depósito de homens. Os considerados delinquentes eram enviados para a ilha, formando uma população 100% masculina. Havia casamentos entre homens por lá e, em contrapartida, pressões políticas de juristas e moralistas para o envio de mulheres para o local. Algumas foram enviadas e, como ainda eram raras, se prostituíam por lá.
Assim e entre outras nasceu o interesse pela temática "500 anos de história da sexualidade no Brasil". Ao estudar os imigrantes, Paulo Sérgio comenta o vaivém de milhares de prostitutas estrangeiras, francesas, polacas, russas, portuguesas... E descobre uma colônia (Colônia Cecília) anarquista, de amor livre, iniciada no Paraná em 1890. A colônia chegou a uma adesão de 250 pessoas, em 4 anos, mas não resistiu às implicações da Igreja e do Estado e, principalmente, com o próprio tabu dos adeptos.
Estas histórias são excelentes para entender nosso comportamento humano, ou os nossos modos de vida. O que no momento é considerado luxúria e o que seria pudor? - sempre amparado na cultura moral.
Há citações do sociólogo Gilberto Freire (Casa Grande Senzala) colocando o leitor em contato com o "linguajar chulo" ao pintar as cenas do contato dos estrangeiros com as índias: "tomem cuidado jesuítas, pois podem vocês escorregarem em carne" - insinuando que as índias se esfregavam em quem chegava -, ou "por qualquer caco de espelho as índias dão para qualquer caraíba".
Em relação ao pudor, temas como masturbação já foi crime hediondo, pecado, doença ou hábito não saudável, até passar a ser encarado hoje como algo natural e normal. Os sexólogos até recomendam a prática para a promoção do autoconhecimento. Hoje, por exemplo, seria chocante se referir ao seu sinônimo: estupro com as mãos.
A polaridade entre a luxúria e o pudor está presente em toda a história do país que, para o autor, passa pelos colonizadores, religiosos, bandeirantes, imigrantes, sertanistas, índios, escravos... Brasileiros.
Podemos imaginar o pudor como algo que promove a luxúria ou a luxúria como tábua de salvação da moral. Pólos que parecem depender um do outro para existirem, e capazes de fazerem toda uma história.
Ao estudar sobre história do Brasil, os imigrantes, o trabalho escravo... Chamou a atenção do autor o ambiente de luxúria no contato entre os portugueses e índios. Da mesma forma, os Bandeirantes e imigrantes "utilizavam-se das índias pelo caminho, ao se embrearem no mato afora".
Como seria a vida sexual dos escravos? De acordo com o autor, o número de homens escravos era muito maior que o de escravas. Como seria a vida sexual destas escravas, então, sendo pouca a oferta e grande a procura? E entre os homens, pois também teriam que criar alternativas para satisfazer seus desejos e impulsos sexuais?
Por outro lado, Paulo Sérgio aborda a homossexualidade em Fernando de Noronha, lugar utilizado no séc. 18 como lixão humano, ou melhor, depósito de homens. Os considerados delinquentes eram enviados para a ilha, formando uma população 100% masculina. Havia casamentos entre homens por lá e, em contrapartida, pressões políticas de juristas e moralistas para o envio de mulheres para o local. Algumas foram enviadas e, como ainda eram raras, se prostituíam por lá.
Assim e entre outras nasceu o interesse pela temática "500 anos de história da sexualidade no Brasil". Ao estudar os imigrantes, Paulo Sérgio comenta o vaivém de milhares de prostitutas estrangeiras, francesas, polacas, russas, portuguesas... E descobre uma colônia (Colônia Cecília) anarquista, de amor livre, iniciada no Paraná em 1890. A colônia chegou a uma adesão de 250 pessoas, em 4 anos, mas não resistiu às implicações da Igreja e do Estado e, principalmente, com o próprio tabu dos adeptos.
Estas histórias são excelentes para entender nosso comportamento humano, ou os nossos modos de vida. O que no momento é considerado luxúria e o que seria pudor? - sempre amparado na cultura moral.
Há citações do sociólogo Gilberto Freire (Casa Grande Senzala) colocando o leitor em contato com o "linguajar chulo" ao pintar as cenas do contato dos estrangeiros com as índias: "tomem cuidado jesuítas, pois podem vocês escorregarem em carne" - insinuando que as índias se esfregavam em quem chegava -, ou "por qualquer caco de espelho as índias dão para qualquer caraíba".
Em relação ao pudor, temas como masturbação já foi crime hediondo, pecado, doença ou hábito não saudável, até passar a ser encarado hoje como algo natural e normal. Os sexólogos até recomendam a prática para a promoção do autoconhecimento. Hoje, por exemplo, seria chocante se referir ao seu sinônimo: estupro com as mãos.
A polaridade entre a luxúria e o pudor está presente em toda a história do país que, para o autor, passa pelos colonizadores, religiosos, bandeirantes, imigrantes, sertanistas, índios, escravos... Brasileiros.
Podemos imaginar o pudor como algo que promove a luxúria ou a luxúria como tábua de salvação da moral. Pólos que parecem depender um do outro para existirem, e capazes de fazerem toda uma história.
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